sábado, 25 de setembro de 2010

Lyon faz sua melhor partida na temporada, mas cai frente ao rival

Filipe Frossard Papini

28 a 5. Esse foi o scout de chutes do Lyon contra o St. Etienne. Time de Gautier soube aproveitar as poucas chances que teve.





Duelo de número 100 entre os dois confrontantes do dia. Lyon e Saint-Etienne, em situações opostas, entraram em campo sob pressões diferentes. O time da casa com a iminência de perder seu treinador em caso de enventual derrota. Os verdes, com o artilheiro da competição, brigam pela ponta da tabela. Não se pode negar que é uma inversão de papeis, levando em conta as últimas 3 ou 4 temporadas dos dois clubes.

Machucados durante a semana, o Lyon perdeu Lisandro e Makoun. Oportunidade para Bafétimbi Gomis começar jogando. E ele já mostrou que contra o seu ex-time, possui uma motivação diferenciada. Veja o time inicial do OL:




Por outro lado, o ASSE também tinha problemas de lesão durante a semana. Era nada mais, nada menos, que o artilheiro da Ligue1, Dimitri Payet. No entanto, o jogador foi relacionado e começou jogando, para alívio dos Stéphanois. Abaixo, a escalação do St.Etienne:




Aimet Jaquet, ex-técnico da seleção francesa foi o responsável por dar o pontapé inicial antes de iniciar o clássico. E a bola começou rolando empurrada por um Stade Gerland abarrotado de torcedores que gritavam incessantemente em prol do Lyon.

A primeira jogada de perigo surgiu aos 11’, com Gomis. A jogada toda foi trabalhada pelo brasileiro Michel Bastos, que cruzou com perfeição. O ex-Saint-Etienne tocou na bola, que foi parada pelo toque na trave. Era o Lyon mostrando sua força desde o início.

O ASSE permanecia acuado, diante de um OL motivado e tocado pela raça demonstrada por todos os seus jogadores. Um exemplo era Gourcuff, que fazia um ótimo primeiro tempo, digno de dizer que era seu melhor momento com a camisa lionesa, até então.

O desenho tático do setor ofensivo Lyon era de fácil entendimento. Bastos pela esquerda, Briand pela direita. Gomis plantado no centro como referência e Gourcuff centralizado, vindo de trás e abrindo para os pontas. Källström era o elemento surpresa.

A formação deu certo. O OL jogava mais e sufocava o Saint-Etienne. Aos 23’, foi a vez de Toulalan. O volante cabeceou com firmeza. A bola iria entrar no ângulo de Janot, se não fosse Ebondo, que tirou, também de cabeça, aquele que seria o primeiro gol da partida.

Cinco minutos depois o Lyon apareceria com perigo novamente. Briand fez boa jogada em velocidade, armou um belo contragolpe. Chamou a marcação pra si e descobriu Bastos entrando livre pela esquerda. O brasileiro só tinha Janot em sua frente, mas o chute sai fraco e no meio do gol, facilitando a vida do goleirão adversário.

Na primeira etapa, o ASSE não chegou com perigo sequer uma vez. O único chute ao gol foi realizado por Payet, do meio de campo, a bola chegou rasteira e fraca para Lloris defender. Definitivamente, o OL estava melhor.

Na volta dos vestiários, pouca coisa mudou. O Lyon continuava sua pressão – talvez até maior no segundo tempo –, a torcida inflamava o estádio, e Gourucuff continuava sendo caçado em campo. De diferente, apenas a inversão de Briand com Michel Bastos. Agora o brasileiro jogava pela direita e o ex-Rennes pela esquerda.

O primeiro lance polêmico da partida, veio aos 10’ da etapa final. Depois de um bate-rebate na área do Saint-Étienne, Lovren pegou o rebote e a bola foi desviada no braço de Perrin. O árbitro apontou para o escanteio, sob os protestos do estádio e dos jogadores do OL.

Aos 17’ da segunda etapa, mais pressão lionesa. Primeiro com Toulalan, que arriscou de fora da área e por pouco não acertou o canto direito de Janot. No lance seguinte, foi a vez de Briand, que recebeu cruzamento de Cissokho, antecipou o goleiro do ASSE, mas a bola bateu no travessão. No rebote, Gourcuff não conseguiu completar.

No entanto, o balde de água fria veio aos 30’. Todos conhecem a velha máxima: “Time não faz, leva”. Foi isso que aconteceu no Gerland. O Lyon era só pressão. Tinha domínio total. 55% de posse de bola, sem falar nos chutes ao gol: 17, contra apenas 2 do ASSE.

Na intermediária, quando Payet tentava buscar jogo, Källström retirou-lhe a bola de forma limpa. Sem falta. Mas não foi isso que o árbitro Antony Gautier viu. Ele marcou falta. Foi dali que surgiu o gol do Saint-Étienne, cobrado por Payet, que não tinha nada a ver com a decisão errônea do juiz.

Atrás do placar, e ainda assim, com a torcida jogando junto, o OL partiu novamente para a pressão, mas agora na base do desespero. Sem muita armação, sem muita técnica. O chapéu de Claude Puel estava em jogo, e os jogadores pareciam não querer o pior. Faltando 10’, para o término de jogo era só Lyon no ataque, mas novamente sem nenhuma efetividade. No apito final, o árbitro Antony Gautier ainda expulsou Rémy Vercoutre, goleiro reserva do Lyon, provavelmente por reclamação. Ele já tinha recebido um amarelo no primeiro tempo por isso.

Injustamente o ASSE saiu do Gerland com os três pontos. Não mereciam. Payet e Perrin foram muito bem neutralizados por Källström e Toulalan. O time de Christopher Gautier não jogou bem, mas fez o suficiente para levar a vitória. Não desperdiçou a única oportunidade real que tiveram. Agora resta aguardar os próximos dias, pra ver qual será o futuro de Puel, que repito, hoje não mereceu tamanha decepção.

Próximo adversário: Quarta-feira, dia 29. O confronto é contra o Hapoel Tel-Aviv, time israelita que também disputa a Champions League pelo Grupo B. 15h45, horário de Brasília.

FOTOS: L'Equipe / FranceFootball / Football.fr / Football365.fr / Sports.fr / Yahoo.fr / sofoot.fr


Lyon 0-1 St. Étienne - DIMITRI PAYET

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