sábado, 10 de setembro de 2011

Mesmo sem Lisandro, Lyon despacha o Dijon e aguarda Ajax

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi

Mesmo com amplo domínio durante toda a partida, os Gones cochilam no fim, deixam os adversários esboçar pressão no final, mas no fim sai com três pontos na conta e invencibilidade mantida.




Após uma semana de “férias” a Ligue1 retorna neste sábado com alguns jogos abrindo a 5ª rodada. Uma das partidas era justamente Dijon e Lyon, no Stade Gaston-Gérard. É a primeira semana com jogos na França depois do término da janela de transferências. Times preparados para o restante da temporada.

Com um time recém promovido da Ligue2, o treinador Patrice Carteron – ex-zagueiro do Lyon, no final da década de 90 – o time vinha com poucos desfalques, porém com um elenco de menor qualidade. Varrault e Meïté indisponíveis, não foram relacionados. Abaixo, o time armado pelos donos da casa, em um 4-3-3:




Em contraponto, o técnico do Lyon, Rémi Garde, tinha cinco desfalques: Mensah, Lisandro, Ederson, Cris e Gourcuff. Mesmo assim, o OL vinha com uma equipe qualificada e com duas novidades. Dabo e Fofana, recentes contratações já estão prontos para estrear e foram relacionados. Garde também alterou seu esquema tático. Adepto do 4-4-2, o técnico, devido a ausência de Lisandro, optou pelo falso 4-2-3-1, com Pied mais avançado, praticamente se fazendo de atacante, ao lado de Gomis e Briand, juntamente com Bastos, com extrema liberdade para apoiar. Veja o time postado para iniciar o jogo.




Casa cheia, dia de sol. Lyon podendo dormir na liderança em caso de vítoria. O objetivo parecia ser esse. Antes dos times se conhecerem em campo, o Lyon abriu o placar. Foi logo aos 6’. Kim Källström cobrou escanteio e Gonalons apareceu na primeira trave para esbarrar de cabeça e colocar pra dentro. Aberto o placar.

Como resposta, o Dijon avançou sua marcação e quase chegou ao empate em duas cobranças de escanteio seguidas. Em ambas, a bola atravessou toda a área sem ninguém para completar.

Taticamente, o time de Garde era superior. Dominava o meio de campo, enquanto o adversário deixava apenas Jovial plantado na frente esperando bola. Com um domínio e posse de bola maior, o Lyon ditava o jogo, mas não tinha muitas jogadas para adentrar a área do Dijon. Os arremates de fora da área eram constantes, porém, sem muito perigo.

Quando tinha a bola em sua posse, os donos da casa não tinham muita condição de sair jogando e apelavam para passes longos, que as vezes encontravam alguém, ou então arriscavam os “chutões” mesmo e desperdiçavam a jogada. Padrão de jogo quase nulo e praticamente um nó tático.

A única vez em que o Dijon teve a paciência de colocar a bola no chão e arriscar uma tabela, o gol de empate saiu. O bom volante Sankharé avançou no campo de ataque, achou Jovial, que por sua vez viu Corgnet avançando pela direita. Em velocidade, o meia disparou de fora da área, no lado direito de Lloris, a meia altura. Uma bomba! Belo gol para igualar o placar.

Para o segundo tempo, as duas equipes voltaram sem alterações, tanto de jogadores, quanto de esquema tático. O OL voltava a dominar o campo, assim como ocorria na primeira parte. Dessa vez, parecia que o time de Garde vinha com mais objetividade.

9’, Michel Bastos teve tempo de parar para pensar antes de cruzar. Achou Gomis sozinho na área. O atacante sequer precisou sair do chão para finalizar e de cabeça mandou para o fundo das redes. Lyon na frente novamente. 2 a 1.

Taticamente, o Lyon fazia uma partida impecável. Todo mundo fazendo sua função com maestria. O problema era quando o adversário aparecia em contra-ataques (raros, mas existiam). A defesa demorava a se recompor e permitiam avanços exagerados dos atacantes dos donos da casa. Contra times mais velozes, pode ser um perigo na certa.

Aos 15, do segundo tempo a primeira substituição na partida. Pelo Dijon, Courgnaud entrava no lugar do arisco Corgnet. Carteron arriscava com mais um atacante e abria um espaço no seu setor de meio-campo. Aos 27, Carteron queimava todas suas alterações Thil e Mandanne entravam nos lugares de Jovial e Guerbert, respectivamente. Pelo Lyon, Pied dava espaço a Grenier.

O Lyon parecia satisfeito com o placar. A princípio a situação parecia se inverter um pouco agora. Era o Dijon quem esboçava certa pressão – até mesmo pelas circunstâncias do jogo – e o OL defendia para sair em contra-ataques. Mas o time de Garde parecia fazer isso de maneira consciente, segurando o resultado mesmo.

Fisicamente, os Gones pareciam desgastados. Deram exemplo de vigor físico, principalmente no primeiro tempo, mas agora faltando 15 minutos para o término da partida, o time parecia sofrer com esse cansaço. Era hora de Garde utilizar mais alguma alteração para dar um gás diferente ao seu time, que já não tinha as mesmas facilidades de antes, dentro de campo.

Aos 35’ da segunda etapa, o Dijon perdeu a sua melhor oportunidade de igualar o placar novamente. Incrível o gol que Courgnaud perdeu. No bico da entrada da área, Sankharé fez tudo certo, deixou o atacante na cara do gol, sem goleiro, mas de cabeça ele jogou pra fora! Desespero dos torcedores no estádio.

Dijon esboçava uma pressão. Ia pra cima, avançando a marcação e apertando a saída de bola dos defensores dos Gones. O Lyon, visivalmente cansado, não tem muitos recursos. Raramente conseguia sair jogando, mas era mais seguro aplicar o “chutão”. Ponto negativo para Jimmy Briand, que esgotado, errava tudo que tentava e perdia a posse de bola sempre que ela passava pelo seu pé.

Só aos 42’ da segunda etapa é que Garde faria sua segunda alteração. O próprio Briand deixava o gramado para a entrada de Ishak Belfodil. Mexeu tarde, mas ao menos enxergou um dos problemas.

Nos últimos minutos, o Dijon buscava o gol a todo custo. A pressão era, de fato, muito grande. Lances de bola parada. Boas tabelas entre os atacantes e Lloris salvando em momentos cruciais. O OL realmente não se encontrava em campo e já não tinha mais nenhum padrão de jogo. A ideia era espantar o perigo e (tentar) acalmar o jogo.

Felizmente para os Gones, a partida terminou com a vitória por 2 a 1. Mas essa pressão do Dijon, no final da partida, era um alerta. O Lyon simplesmente morreu no segundo tempo. Gastou todo o seu gás no primeiro, não fez uma vantagem suficiente para garantir um jogo tranquilo, e sofreu para segurar o jogo. A luz amarela se acende para esse detalhe. Se fosse em uma partida com um adversário mais poderoso, esse desgaste poderia ser crucial.

Lyon segue invicto na Ligue1. São três vitórias e dois empates. Dorme na liderança da competição e vai torcer pela derrota do Montpéllier, no domingo, para fechar a 5ª rodada no topo.




O papo agora é Champions League. Na quarta-feira, o Lyon viaja até a Holanda para enfrentar o Ajax. Primeira partida da fase de grupos da competição. O jogo será às 15h45.

FOTOS: olweb.fr / L'Equipe


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