domingo, 26 de maio de 2013

Lyon não se assusta com Rennes, faz dever de casa, e está na Champions

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Jogo foi marcado por mais um golaço de Grenier e a despedida, até certo ponto, inesperada de Lisandro Lopéz, que deixou o campo chorando de emoção




Última partida da temporada 12/13. O Lyon entra em campo com algo ainda em disputa. A partida diante do Rennes, no Stade Gerland, valia uma vaga para a próxima Liga dos Campeões. Bastava uma vitória. Ou então torcer pelo empate entre Saint-Étienne e Lille, que também almejavam a tão sonhada vaguinha e se enfrentariam também nessa última rodada. O Stade Rennais, adversário do dia, já não disputava mais nada. E esse era o grande estímulo do Lyon para conseguir fazer seu dever de casa sem se preocupar muito com o que poderia vir pela frente. Mas, obviamente, era jogo para entrar com 100% de determinação para não correr riscos desnecessários ao longo dos 90 minutos.

Com os desfalques de Umtiti e Gonalons, dois jogadores que vinham sendo fundamentais para o time, Rémi Garde precisou mudar um pouco sua formação original. Fugiu do 4-1-4-1 e adotou o 4-2-3-1, tática que usava no começo da temporada. Para suprir Umtiti, nenhuma novidade: Bisevac entrou na zaga e Lovren ficou no banco. No meio, Fofana entrou fazendo dupla com Malbranque. Hoje, especialmente, Grenier tinha mais liberdade na linha de três jogadores do meio de campo. Outra novidade ficava por conta do retorno de Lacazette ao time titular. Vinha de lesão e recentemente foi convocado pela Seleção Francesa. Reassumia a posição no lugar de Yassine Benzia, que ganhava oportunidades recentemente e hoje voltava para o banco. Confira o time do OL:




Entrando somente para cumprir tabela, o Rennes também vinha com uma formação, digamos, parecida com a do Lyon. O 4-2-3-1 dos visitantes variava um pouco para o 4-1-4-1, com Pajot invertendo posições com Jean II Makoun ali na parte defensiva do meio campo. Contando com seis desfalques, incluindo o do craque do time Romain Alessandrini, o Rennes colocava o protagonismo do seu time em dois homens de frente: Mevlut Erdinç e Jonathan Pitroipa. O primeiro, um centroavante de porte físico e com imponência. Sempre causa problemas para as zagas adversárias. O segundo, cai muito pelos lados e tem uma velocidade como poucos possuem no Campeonato Francês. É sempre um perigo. Abaixo você pode conferir como ficou a formação inicial dos adversários do Lyon, o time do Rennes, comandado pelo técnico Frédéric Antonetti:




Mesmo com o Stade Gerland absolutamente tomado por torcedores, o Lyon começou a partida de maneira bem nervosa. Era, definitivamente, a partida da temporada para o clube. Portanto, todo cuidado era pouco para fazer o serviço direito. E sob os olhares atentos dos torcedores, não podia fazer feio. Justamente por isso, nos primeiros 15’ de jogo, o OL errava muitos passes e não conseguia ter frieza no setor ofensivo. Consequentemente, dava espaços para o Rennes trabalhar, principalmente pelo lado direito, caindo nas costas de Dabo. A ausência de Gonalons, que dá um combate muito firme no meio-campo, também foi fundamental para o apagão inicial do OL.


A primeira chance de jogo veio aos 17’, quando Lacazette fez boa jogada pela direita e sofreu falta de Sadio Djallo. Na cobrança, Grenier foi pra bola e conseguiu mandar na cabeça de Fofana, que apareceu sozinho no alto. Contudo, o volante do OL não conseguiu direcionar bem a finalização e mandou por cima do gol de Costil. A resposta do Rennes foi imediata. Também em bola parada, Apam fez um chuveirinho na área e Pajot apareceu sozinho pra cabecear. Já era marcado o impedimento, mas Anthony Lopes efetuou uma enorme defesa.

Minutos depois, o Lyon conseguia armar uma boa jogada no ataque. Malbranque fez a primeira finalização, já dentro da área e a bola foi rebatida. Na sequência, a bola caiu nos pés de Lisandro. O argentino tentou dar um drible no zagueiro Apam e passou. Mas ainda assim, Licha cobrou um toque de mão e o árbitro Philippe Kalt prontamente atendeu. Não foi nada, mas o pênalti havia sido marcado. Na cobrança, o mesmo Lisandro foi pra bola e marcou. Deslocou Costil para um lado e cobrou com categoria no outro. OL 1 a 0 aos 24’ do primeiro tempo.


Após marcar o gol inicial, o Lyon se manteve mais tranquilo dentro de campo. Aquele nervosíssimo que acompanhava o time nos minutos iniciais, não existia mais. Jogando com essa tranquilidade, digamos assim, o time conseguia ter mais calma para trocar passes e até mesmo construir mais jogadas interessantes. Inclusive, essa paciência que foi construída pós-gol, foi fundamental para o OL construir uma ofensividade passiva que não permitia o Rennes chegar mais o campo de ataque. Pelo menos não com perigo.

Aos 39’, o Lyon teve a chance de aumentar o marcador. Gourcuff descobriu um deslocamento de Lisandro Lopéz. A assistência foi feita e o argentino recebeu em ótimas condições de finalizar. Ele esperou a saída de Costil e tentou colocar no canto do gol. Mas o goleiro o Rennes foi feliz em se esticar todo e fazer a plástica defesa que evitou aquele que seria o segundo gol do Lyon na partida.


Para o segundo tempo, Frédéric Antonetti já entrou com uma alteração. Steven Moreira, lateral direito, precisou deixar os titulares. Para o seu lugar, Dimitri Foulquier entrou para a etapa final. Taticamente, nenhuma mudança substancial. Digamos que foi um “seis por meia dúzia”. E o Rennes já queria mudar o resultado. Antes mesmo dos 5’ do segundo tempo, chegava firme pelo lado esquerdo. Em jogada individual, Mavinga avançou, entrou na área, e bateu forte. O chute potente e cruzado forçou uma defesa grandiosa do goleiro Anthony Lopes, do Lyon.

Posteriormente, a vontade do Rennes em querer empatar o jogo foi diminuindo. Não por deméritos. Mas o Lyon voltava a tomar as rédeas do jogo. Antonetti, percebendo isso, colocou mais qualidade no time. Tirou Sadio Diallo e colocou o bom Julien Féret. Mesmo com a alteração o Rennes não conseguia reagir na partida. Mas também não dava espaços ao Lyon. A partida tomava contornos de morosidade. Sem muitas emoções. O resultado era bom para o OL, que não se arriscava mais. O Rennes, cumprindo tabela, deixava fluir.


Aos 22’, boa chance para os visitantes empatarem a partida. Em jogada de escanteio, Féret cobrou e achou Mevlut Erdinç no meio da área. O centroavante do Rennes subiu juntamente com Bakary Koné e, mesmo com certa dificuldade, mandou perto da trave dirieta de Anthony Lopes, que já estava batido no lance, fazendo somente o golpe de vista, na torcida para a bola passar longe.

A resposta do OL foi imediata. Lisandro Lopéz tentou fazer uma jogada na intermediária do campo, driblou e foi derrubado. Na cobrança de falta, Clément Grenier tomou distância e, do meio da rua mandou uma pancada. Um canhão! A bola bateu no travessão antes de balançar as redes. Mais um golaço de Grenier ao melhor estilo Juninho Pernambucano... Para delírio do Stade de Gerland.


Após o segundo gol, Frédéric Antonetti – que fazia sua última partida no comando do Rennes – fez sua última alteração. Colocou o atacante Víctor Hugo Montaño no lugar do capitão Romain Danzé. Pouco tempo depois foi a vez de Rémi Garde, que até então não tinha feito qualquer substituição, colocar o volante Jordan Ferri no lugar de Lacazette. Nesse momento, o Lyon jogava com somente um atacante (Lisandro Lopéz) e três meias de ligação (Malbranque, Grenier e Gourcuff).

Já faltando pouco menos de 10’ para o término do jogo, Garde fez a segunda alteração. Colocou Bafé Gomis no lugar de Lisandro Lopéz. E um momento histórico no Gerland aconteceu. Licha não aguentou e começou a chorar quando foi se sentar no banco de reservas. Um sinal claro de que esta era a sua última partida pelo Lyon. A torcida, obviamente, correspondeu e cantou diversas músicas em homenagem ao atacante argentino.


No finalzinho do jogo, foi a vez de Réveillère receber suas homenagens. Foi substituído por Arnold Mvuemba e também foi muito aplaudido pelos jogadores e pela torcida. No entanto, a situação dele ainda é uma incógnita. Ele quer renovar, mas ainda não foi procurado pela direção. Pode ser, sim, este o último jogo de Réveillère com a camisa do Lyon. Ele que já tem mais de dez anos de história no clube.

Nesse momento, futebol já não era mais importante no Gerland. O OL já tinha montado seu resultado e o Rennes não estava nem ligando para a partida. Nenhuma chance de gol foi criada e somente toques de bola no meio de campo era a temática do jogo. E assim se seguiu até o apito final de Philippe Kalt. Fim de jogo e Lyon garantindo na próxima Champions League.


Classificação final da Ligue1 2012/13

Partidas agora só na próxima temporada. OL encerra 12/13 na terceira colocação da Ligue1. Até a próxima temporada, ou a qualquer momento com notícias pelo nosso Twitter!!

FOTOS: olweb.fr / Sports.fr / LFP.fr


GOLS DA PARTIDA:



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