domingo, 22 de dezembro de 2013

Com gol de placa, Lyon joga melhor, mas toma empate no final

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Destaque para o gol de Grenier - através de uma assistência fenomenal de Gourcuff, com um passe de letra. Mas, no apagar das luzes, Traoré marcou o segundo do Lorient e decretou o empate da peleja




Dois times que lutam para subir posições na classificação da Ligue1 e com uma coisa em comum: depois de sofrerem uma derrota para o PSG no meio do primeiro turno, colocaram as peças no lugar e, agora, buscam resultados melhores em busca de ascensão. O Lorient tem mais pontos e vem jogando de maneira mais regular. Nos últimos sete jogos, não haviam perdido nenhum e sofreu somente um gol. E a missão do OL era bater os Merlus dentro do Stade du Mostoir. O Lyon, que por sua vez, apresenta um futebol muito mais vistoso depois da implementação do 4-4-2, com Lacazette recebendo muito destaque nessa formação. E isso vem sendo extremamente positivo para a equipe.

O técnico Christian Gourcuff (pai do meia do Lyon), armou seu time no 4-4-2 tradicional, apostando na força física de seu quarteto defensivo, na velocidade de Monnet-Paquet e na presença de área formidável da dupla de ataque formada por Aboubakar (que já marcou 10 gols na competição) e Aliadière (que fez uma temporada 11/12 incrível e quase se transferiu para o próprio OL). O grande desfalque do Lorient era o seus dois goleiros principais. Fabien Audard e Chaigneau estavam ausentes. Dessa forma, Reynet, o terceiro goleiro, atuou como titular. E o jovem Epassy M’Boka ficou no banco de reservas. Confira abaixo a formação inicial dos Merlus:




Rémi Garde também colocava seu time no 4-4-2 e praticamente repetia a formação que jogou na última partida contra o Reims. Ao contrário do Lorient, o Lyon jogava mais centralizado, até mesmo para explorar as qualidades de seus dois meias armadores, Grenier e Gourcuff. Além disso, podia contar com Fofana, que sempre tem muita liberdade para sair jogando e aparecer como elemento surpresa em uma jogada de ataque. A grande surpresa da escalação foi em relação ao goleiro. Vercoutre, que foi eterno reserva do Lyon, após a saída de Lloris para o Tottenham, se tornou titular. No entanto, uma lesão o afastou por 8 meses dos gramados. Nesse tempo, Anthony Lopes assumiu a vaga. Com o retorno de Vercoutre, ele falhou em alguns lances e, agora, definitivamente, perdeu o espaço de novo. Na imagem abaixo, a formação do Lyon para a partida:




Nos primeiros minutos da partida, percebíamos dois times lutando muito para procurar espaço. Meio de campo embolado e dificuldade na troca de passes. O Lorient, até mesmo por característica própria, buscava as jogadas pelos lados do campo e conseguia achar espaços. Primeiro, tentou pelo lado esquerdo e não conseguiu. Posteriormente, caindo pelo lado de Miguel Lopes, os Merlus acharam um espaço. E foi assim a primeira chance de gol criada na partida.

Após ótima tabela pela esquerda, o Lorient chegou bem aos 11’. Em jogada construída por Barthelmé, o meia carregou até a linha de fundo, achou Aboubakar na área. O centroavante usou seu porte físico para escorar a bola e esperar a chegada de Raphaël Guerreiro. O lateral bateu firme e com efeito. A bola passou raspando a trave esquerda do goleiro português Anthony Lopes.

A estratégia do Lyon, apesar de pouco ousada, até era relativamente eficaz. O OL dava espaço para o Lorient chegar ao seu campo de defesa e, sem deixar chegar muito, roubava-lhes a bola e tentava acionar o seus homens de velocidade, quase sempre um dos dois laterais, Fofana ou então Lacazette. E o Lyon até conseguia chegar. Mas quando avançava em velocidade, esbarrava na falta de jogadores lá na frente. Isso sempre forçava o time a voltar a jogada para recomeçar o ataque.

Mas não foi através da velocidade de contra-golpe que o Lyon conseguiu abrir o marcador. Aos 21’, enquanto o OL trocava passes na região intermediária, Fofana achou Gourcuff de costas para o gol do Lorient. E com um passe magistral, de letra, o meia descolou uma assistência sensacional para Grenier, que chegou batendo pro gol, sem chances para o goleiro Reynet. Um verdadeiro golaço que a TV francesa não se cansava de reprisar.




Após o gol sofrido, o Lorient deu uma diminuída no ritmo – o que normalmente não era para acontecer. Tentava novamente cair pela esquerda, mas nem ali conseguia mais espaço para buscar suas jogadas ofensivas. Sem saber por onde entrar na defesa do Lyon, o time até conseguia trocar passes, mas não passava da região intermediária e, dessa forma, Anthony Lopes quase não era acionado. Por outro lado, o Lyon já com a vantagem no placar, somente administrava a vantagem, obviamente, correndo o risco de sofrer o empate a qualquer momento.

Sem chances claras de gol no primeiro tempo, ficava óbvia a estratégia de Christian Gourcuff de jogar pelos lados do campo. Afinal de contas, não conseguia construir nada pelo centro do gramado. Dessa forma, Rémi Garde foi inteligente ao prender seus laterais – que só subiam na certeza do ataque eficiente – e eles seguravam Monnet-Paquet de um lado e Barthelmé do outro. As jogadas criativas dos Merlus, assim, eram anuladas e o time quase não causava nenhum dano da defesa do OL.

Logo no começo da segunda etapa, e com os dois times sem alterações, o Lyon partiu pra cima e fez valer a sua superioridade dentro de campo. E não demorou nem cinco minutos para o segundo gol ser feito. Em jogada insistente do OL no ataque, Grenier viu Bedimo se deslocando pela direita. O lateral avançou e cruzou pra trás. Lacazette bateu firme na bola e forçou Reynet a fazer uma defesa difícil. No rebote, Gomis se antecipou ao marcador e só empurrou para marcar o segundo! Lyon 2 a 0.

Depois de chegar ao segundo tento marcado, o Lyon queria mais! Adiantava sua marcação e tocava a bola quase do meio de campo pra frente. O Lorient não tinha armas e nem vontade para conseguir avançar sua linha de marcação e tentar esboçar uma reação improvável. Mesmo com a força de sua torcida que praticamente lotava o estádio no frio inverno francês, o time da casa era inócuo. Dessa forma, Gourcuff pai mexeu pela primeira vez aos 13’ do segundo tempo. Alain Traoré entrou no lugar de Doukouré. Saia um volante para a entrada de um meia mais ofensivo.

O resultado foi imediato! Poucos segundos depois de Traoré em campo, o Lorient diminuía o marcador. Aboubakar recebeu bola na intermediária, tabelou com dois jogadores do seu time e conseguiu abrir espaço na defesa do Lyon. Ele conseguiu avançar a até entrar na área e bater com firmeza, sem chances para Anthony Lopes intervir. Um gol perigoso para o Lyon e que poderia dar uma vida extra ao time da casa. Lorient 1x2 OL!

Com 20’ de jogo, o Lorient mexia pela segunda vez. Sadio Diallo entrava no lugar de Monnet-Paquet que, muito bem marcado, foi ineficiente durante toda a partida. Definitivamente, o gol deu um novo ânimo ao time dos Merlues, que buscavam o empate a partir da segunda metade da etapa final. Mas o Lyon ainda era o melhor em campo e detinha a maior posse de bola. Não era uma tarefa das mais difíceis.

A primeira alteração do Lyon foi aos 37’ da etapa final. Jordan Ferri entrou no lugar do português Miguel Lopes. Ferri, em algumas partidas, já havia jogado como lateral direito. Mas nesse final de partida, ficava revezando a lateral com Gueïda Fofana, que também sabe fazer a função. Christian Gourcuff fez sua última alteração, colocando Gilles Sunu no lugar de Maxime Barthelmé. Era mais um homem de área dentro de campo. Agora eram três: Aboubakar, Sunu e Aliadière. Força máxima para tentar o segundo gol. Para ganhar tempo, no OL, Malbranque entrava no lugar de Grenier.

No final das contas, o Lorient conseguiu quebrar aquela dependência de só conseguir atacar pelas beiradas do campo. No segundo tempo, até buscou outras formas de ataque. Mas foi eficaz somente no único gol marcado, graças a qualidade individual de Vincent Aboubakar. No finzinho da partida, os Merlus fizeram uma pressão em busca do empate e conseguiram. Após sequências de cruzamentos na área, Raphaël Guerreiro conseguiu alcançar a cabeça de Traoré, que subiu mais alto que Umtiti e Bedimo e marcou no último segundo, para desespero dos jogadores do OL e felicidade de todos presentes no Mostoir. O Lyon, realmente, não merecia. Mas pecou por não marcar mais gols, assim como na partida contra o Marseille.

Próximo adversário: pausa para as festividades de fim de ano. Agora o OL só joga no dia 05 de janeiro, contra o La Suze, pelos 32 avos de final da Copa da França. A partida será às 11h15 da manhã do domingo.

FOTOS: Football365.fr / L'Equipe / olweb.fr / sports.fr


GOLS DA PARTIDA:


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