domingo, 4 de março de 2018

Fekirdependência: Lyon não vence de novo e já soma seis jogos seguidos sem ganhar na Ligue 1

Filipe Frossard Papini
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Sofrendo gol logo no comecinho, e após um primeiro tempo quase 100% desligado, Mariano Díaz achou um tento no segundo tempo, o suficiente para conseguir o empate




Mesmo antes da bola começar a rolar no Stade de La Mosson, o Lyon vivia um momento de pressão. Chegou ao jogo com uma sequencia de cinco jogos sem vencer, além de uma recente eliminação nas quartas de final da Copa da França para o Caen. Situação complicada, inclusive, para o treinador Bruno Génésio, pressionado pelos torcedores e acobertado pelo presidente que foi até a imprensa reforçar sua confiança no seu homem a frente do elenco. Enquanto isso, o Montpellier vive um momento na 6ª colocação na tabela, mas sem conseguir sonhar com o topo, uma vez que a distância de pontos ainda não permite esta expectativa.

Para tentar surpreender o OL, assim como fez na Copa da Liga, o técnico Michel Der Zakarian foi a campo com uma formação tática pautada pela primeira linha com cinco defensores, capitaneado e chefiado pelo experiente zagueiro brasileiro Vitorino Hilton, em seus quase 41 anos de idade. Como desfalques, o técnico tinha apenas o volante uruguaio Facundo Píriz, já que Jérôme Roussillon, que não jogava desde janeiro, acabou retornando para este jogo e já iniciava como titular, de volta ao time principal. Veja como ficou escalado:




Pelo lado do Lyon, o grande problema do técnico Bruno Génésio era, definitivamente, a ausência do meia e capitão do time, Nabil Fekir. Ainda com dores, ele deve ficar ausente, pelo menos, mais algum tempo – sendo dúvida até mesmo para o confronto do meio de semana, diante do CSKA da Rússia. Além dele, Rafael e o zagueiro reserva Diakhaby também eram as outras ausências. Por ficar sem zagueiros a disposição, Oumar Solet, recém contratado para o time B, com apenas 18 anos, era relacionado pela primeira vez e iniciava no banco. A boa notícia para o OL era a volta de Mariano Díaz, já voltando ao time titular. Assim ficou escalado:




Com muita chuva no Stade de La Mosson, o Lyon teve muitas dificuldades para se encontrar no começo do jogo. Isso, obviamente, culminou em vantagem para os donos da casa. Logo no comecinho, quando o OL tentou puxar o seu primeiro ataque, perdeu a bola e acionou o contra-ataque adversário. Resultado disso? Aguilar recebeu na direita com boas opções de cruzamento. Preferiu a meia altura. A bola passou por todo mundo até Mbenza completar no segundo pau. 1 a 0 logo aos 7’ de jogo.

Diferentemente do que costumeiramente acontece, o gol precoce não serviu para o OL acordar. O time manteve a mesma apatia e praticamente não conseguia impor nada de seu jogo. Sem Fekir o time tinha inúmeras dificuldades para penetrar na defesa extremamente fechada de Der Zakarian e acabava por ficar literalmente travado no meio de campo. O MHSC conseguiu fazer no comecinho do jogo o objetivo máximo: se defender e conseguir, ao menos, um gol.

O Montpellier sabia muito bem o que precisava ser feito depois que construiu sua vantagem inicial. Percebia-se, por exemplo, o goleiro Lecomte segurando o jogo para fazer a reposição antes mesmo dos 25’ de jogo. Naquele momento, parecia que bola ao chão não iria ajudar o OL em nenhuma circunstância, até mesmo pela chuva torrencial que caia sob o Stade de La Mosson. A única alternativa seriam as bolas paradas, que também não apareciam.

Já percebendo que não teria muitas alternativas, o Lyon se colocava todo a frente do meio de campo. Marcelo e Morel já trabalhavam na linha do meio de campo para tentar achar espaços. Toda dificuldade imposta pelo adversário e pelas condições climáticas não permitiam, sequer, uma chance de gol minimamente ao torcedor dos Gones se levantar da poltrona. Neste jogo de xadrez, os peões do OL tomavam uma lavada, literalmente.

Se o Lyon não conseguia criar oportunidades mesmo tentando pressionar o seu adversário no campo de defesa, o Montpellier era ainda mais discreto. A diferença é que já haviam conseguido fazer seu gol e cozinhar o jogo era a real receita para fazer o cronômetro jogar a seu favor. Outra diferença que era nítida em campo era a diferença de experiência do elenco. O MHSC sabia exatamente o que fazer, o OL só parecia assustado mesmo e sem munição.

Aos 39’ do jogo, um momento de desafogo do Lyon. Duas ótimas oportunidades de gol foram criadas em sequência. Primeiro, com Mariano Díaz, após cobrança de escanteio. Ele subiu sozinho e mandou um cabeceio no travessão. No lance seguinte, mais uma vez pela direita, Kenny Tete apareceu na linha de fundo. Na hora de concluir, ficou na dúvida entre cruzar e chutar. Acabou finalizando cruzado e para ninguém.

Na volta para o segundo tempo, quando era a oportunidade do OL se recuperar, o contrário aconteceu: o Montpellier voltou melhor no jogo. Nos primeiros minutos, duas ótimas oportunidades que só não viraram gol por detalhe. A primeira, com Mbenza, após um rápido contra-ataque de seu time. Ele chegou a ficar cara a cara com Lopes, que acabou evitando. Logo depois, foi a vez de Lasne arriscar do meio de campo e acertar o travessão. MHSC dominava o jogo até ali.

A sorte do OL começou a mudar minutos depois. Aos 10’ do segundo tempo. Primeiro, em cobrança de escanteio. Marcelo subiu mais alto que todo mundo e mandou um foguete de cabeça. Lecomte se esticou para defender. No rebote, Tete conseguiu a posse de bola pela direita, colocou na área em um cruzamento que foi mais um chute. Lecomte apareceu de novo, espalmando para evitar o perigo. Foram as duas primeiras finalizações ao gol do OL no jogo.

Possivelmente, o que o OL precisava no jogo era de um pouco mais de confiança. Não precisou mais do que duas finalizações ao gol para conseguir chegar de novo, agora em gol. Tudo foi criado no lado esquerdo, primeiro com Mephis, depois com Aouar. O camisa 8 partiu pra cima da defesa e fez o cruzamento rasteiro. Traoré não conseguiu completar, mas Mariano Díaz apareceu sozinho na área para marcar. 1 a 1! Depois do gol, duas trocas no time da casa. Saíram Sio e Roussillon para as entradas, respectivamente, de Ninga e Pedro Mendes.

Já com 25’ do segundo tempo, Michel der Zakarian trocou pela última vez, queimando rapidamente sua última alteração. Entrou Sambia no lugar de Mbenza. Logo na sequência, era o OL quem mexia, mas pela primeira vez. Myziane Maolida entrava no lugar de Bertrand Traoré. Minutos depois, quem deixava o campo era Memphis Depay para a entrada de Maxwel Cornet, na segunda troca do OL na partida.

Já perto do fim, antes mesmo de Génésio fazer a troca mais sem sentido de todas, Ferri por Aouar, o Montpellier quase ficou na frente novamente. Tudo aconteceu no bico da grande área do lado esquerdo do ataque do Montpellier. Em um bate-rebate, a bola acabou sobrando para Ninga. O atacante, que acabara de entrar, conseguiu bater de chapa, no cantinho, forçando Lopes a realizar mais uma excelente intervenção.

Com as trocas promovidas pelo Zakarian, o time do MHSC não melhorou no jogo, o que poderia ter dado uma vantagem ao OL. Génésio até conseguiu acertar com a entrada de Maolida, que deu mais movimentação. Mas Cornet e, principalmente, Ferri, não acrescentaram em nada, pelo contrário. O time do Montpellier até cresceu no fim, mas não o suficiente para mexer no panorama do jogo, nem positivamente, nem negativamente.

O foco agora volta na prioridade da temporada, segundo o próprio presidente Jean-Michel Aulas. O OL agora encara uma viagem complicada até a Rússia para enfrentar o CSKA pela Liga Europa. A partida de ida das oitavas de final será na quinta-feira (8), às 15h do horário de Brasília. Até lá!

FOTOS: olweb.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


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